ABSTRACT
Progress in biostatistics and epidemiology during twentieth century contributed to clinical research development. Controversy about the real role of these disciplines in validating clinical activity isn’t new: in history of medicine there are evidence since nineteenth century. Evidence-based medicine is a recent methodology to evaluate clinical investigation that begins to be considered gold standard in knowledge and medical practice evaluation. Its method is based mainly in systematized meta-analyses or revisions through which tries to offer answers to concrete clinical questions. These answers are, however, clearly of statistical nature. It is not useful in clinical practice but rather should be focused to teaching-learning process, as well as on the creation of work regulations. Its application implies certain benefits, but also several practical difficulties in cultural, academic and socio-economic fields, due to its use without discriminating. Thus, its correct use is a challenge to contemporary medicine.
Key words: evidence-based medicine, medical epistemology, social medicine.
RÉSUMÉ
Les progrès dans la biostatistique et l’épidémiologie qui ont eu lieu pendant le XXe siècle contribuent au développement de la recherche clinique. La polémique à propos du rôle véritable de ces disciplines dans la validation de l’activité clinique n’est pas nouvelle : dans l’histoire de la médecine se trouvent des évidences de cette controverse depuis le XIXe siècle. La médecine basée sur évidences (MBE) est une méthodologie récente destinée à évaluer la recherche clinique, qui commence à être considérée comme l’ « étalon-or » pour la mise en valeur de la connaissance et la pratique médicale. Sa méthode se base principalement sur les métanalyses ou révisions systématisées, au moyen desquelles elle essaie d’offrir des réponses à des questions cliniques concrètes. Ces réponses, pourtant, sont clairement de type statistique. La méthode n’est pas utile dans le travail clinique, pour cela elle devrait s’orienter vers le processus enseignement-apprentissage, ainsi que la création de normes de travail. Son application entraîne certains bénéfices, mais aussi divers inconvénients pratiques, dans les domaines culturel, académique et socioéconomique, dérivés de l’emploi indiscriminé. Pour cela, son emploi rationnel est un défi pour la médecine contemporaine.
Mots-clés : médecine basée en évidences, épistémologie médicale, médecine sociale.
RESUMO
Os avanços da bioestatística e a epidemiologia ocorrida durante o século XX coadjuvam ao desenvolvimento da investigação clínica. A polêmica sobre o papel real destas disciplinas de validação da atividade clínica não é nova: na história da medicina encontraram constâncias de esta controvêrsia desde o século XIX. A medicina baseada em evidências (MBE) é uma metodologia recente dirigida a avaliar a investigação clínica, que começa a ser considerada como o “standard de ouro” para a valorização do conhecimento e a prática médica. Seu método basea-se principlamente nos metanálises ou revisões sistematizadas, por meio dos quais tenta oferecer respostas à perguntas clínicas concretas. Estas respostas são claramente de corte estatístico. O método não resulta útil no que fazer clínico, pelo qual deveria ser orientado ao processo de ensinamento-aprendizado, assim como, na criação de normas de trabalho. Sua aplicação implica em certos benefícios, mas também há vários incovenientes práticos, nos âmbitos culturais, acadêmicos e socioeconômico, derivados de seu uso indiscriminado. Por isso sua utilização racional é um desafio para a medicina contemporânea.
Palavras chave: Medicina baseada em evidências, epistemologia médica, medicina social.
